Pedro Dias entregou-se à polícia
08.11.2016 às 22h06
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O fugitivo de Aguiar da Beira entregou-se esta terça-feira à noite em Arouca
Pedro Dias entregou-se às autoridades esta terça-feira à noite em Arouca, num momento que foi captado pela RTP.
O fugitivo de Aguiar da Beira disse antes, numa entrevista à televisão pública, que se entregou, após ter estado em fuga durante cerca de quatro semanas, por questões de segurança pessoal e por não conseguir encarar a ideia de ser um fugitivo para o resto da vida.
Dias diz que está inocente, negando que tenha morto alguém, que tenha roubado carros (“Pedi emprestado o Opel Astra”) ou que tenha recebido auxílio dos seus pais.
"O militar da GNR que sobreviveu é que sabe o que aconteceu", declarou. "Não matei ninguém. Senti -me perseguido e tentei entregar-me várias vezes, mas nunca me senti em condições de segurança para me entregar", relatou.
"Não queria ser morto. Sobrevivi com 60 euros no bolso. Comi castanhas e nozes para sobreviver", acrescentou.
Referiu ainda que nunca saiu da região, que atravessou o rio Douro a nado e que dormiu em casas abandonadas.
A Polícia Judiciária foi buscá-lo à morada que lhes indicara através de uma familiar.
O detido deverá passar a noite nas instalações da Polícia Judiciária da Guarda e será presente a um juiz nas próximas 48 horas, para ser ouvido e lhe serem determinadas medidas de coação.
O homem de 44 anos, suspeito de ter assassinado um militar da GNR e um civil, em Aguiar da Beira (Guarda), esteve emigrado alguns anos na África do Sul. O Expresso sabe que no entanto não teve treino militar naquele país. "A sua formação militar é básica e foi realizada em Portugal", avança uma fonte da GNR.
O suspeito é dono de uma unidade agro-pecuária em Arouca, onde também reside, e estava já referenciado pela GNR por vários furtos, entre eles o de aves exóticas.
Na sua quinta tinha sido apreendido, segundo o "Jornal de Notícias", meia centena de animais de espécies protegidas e autóctones e várias armas em 2014.
Entre os animais apreendidos estava um primata, da espécie callithrix jacchus, que foi entretanto entregue ao zoo da Maia, e 52 aves, umas autóctones e outras protegidas pela Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Fauna e da Flora Selvagens Ameaçadas de Extinção.