Estudo do BCE diz que ficou mais fácil despedir em Portugal depois da troika
03.08.2016 às 9h39
Entre 2010 e 2013, o despedimento individual, apontado muitas vezes pelos gestores como o grande obstáculo ao ajustamento das empresas, tornou-se “menos difícil ou muito menos difícil”, lê-se no estudo do Banco Central Europeu
Cerca de um terço das empresas portuguesas consideram que depois da implementação do programa de ajustamento imposto pela troika, o despedimento individual e a redução de salários ficou mais fácil. Estas são as primeiras conclusões de um estudo com a chancela do Banco Central Europeu (BCE) e outro publicado pelo Banco de Portugal, avançadas esta quarta-feira pelo “Diário de Notícias”.
Entre 2010 e 2013, o despedimento individual, apontado muitas vezes pelos gestores como o grande obstáculo ao ajustamento das empresas, tornou-se “menos difícil ou muito menos difícil”. Portugal regista a terceira maior marca no grupo dos sete países mais afetados pela crise - Espanha, Grécia, Portugal, Eslovénia, Chipre, Itália e Irlanda.
Historicamente, em Portugal sempre foi mais fácil despedir coletivamente do que individualmente - legalmente, este último encontrava mais obstáculos. Mas a crise veio reformular a economia do país.
De acordo com o estudo do BCE, “tendo em conta as mudanças substanciais no ambiente económico, juntamente com os esforços consideráveis de reforma nos países sob stress durante o período 2010-13, as empresas nesses países ajustaram-se”.
Estes são os primeiros resultados da terceira edição da Rede de Dinâmica Salarial, um projeto de investigação de economistas do BCE e de 25 bancos centrais nacionais da União Europeia, incluindo o Banco de Portugal.