Governo ordena auditoria à gestão da Caixa desde 2000
23.06.2016 às 14h55
O Executivo solicitou uma auditoria independente à gestão da Caixa Geral de Depósitos a partir de 2000, altura em que as contas do banco parecem ser do interesse público, justificou Centeno
O Governo ordenou esta quinta-feira à nova administração da Caixa Geral de Depósitos (CGD) a realização de uma auditoria independente à gestão do banco desde 2000.
Mário Centeno disse, em conferência de imprensa após o Conselho de Ministros, que o Executivo tomou esta decisão com vista a contribuir para a estabilidade do sistema financeiro face à perturbação existente à volta da CGD.
“Atendendo à necessidade de promover uma estável supervisão e funcionamento do sistema financeiro, o Governo tomou a decisão de solicitar esta auditoria”, declarou Mário Centeno aos jornalistas, defendendo que a CGD “não pode ser um instrumento partidário”. “Nestas circunstâncias, o que mais me espanta são algumas reações extemporâneas que não podem ter outra interpretação se não a de querer interferir no processo [de recapitalização]”, acrescentou.
Questionado sobre o período em análise, o ministro das Finanças explicou que a auditoria irá avaliar os atos gestão desde 2000, porque foi o “período levantado em termos públicos sobre as contas da CGD”.
“Esta auditoria é pedida – mais uma vez – não obstante todos os exercícios que reconhecemos que existiram e que foram eles próprios auditados durante variadíssimos anos pelo FMI, Comissão Europeia e Banco Central Europeu, acompanhados com enorme detalhe pelo Governo e conduzidos pelo Banco de Portugal”, sublinhou Centeno.
O governante realçou ainda que esta auditoria é apenas “mais uma peça”, havendo outros processos que estão em curso no âmbito da negociação com a Comissão Europeia, que incluem instrumentos de análise à Caixa.
Esta quarta-feira, Centeno afirmou que o objetivo do Governo é que a Caixa regresso aos lucros nos próximos cinco anos, contribuindo para a “credibilidade e estabilidade do sistema financeiro”, não revelando novidades sobre o valor do aumento de capital, despedimentos ou encerramento de balcões. O ministro das Finanças garantiu que todos esses dados serão conhecidas “oportunamente”.
A nova administração da CGD, liderada por António Domingues, entrará em funções em julho.