Ministro alemão defende proibição do uso do niqab nos serviços públicos
19.08.2016 às 15h19
Thomas de Maizière, ministro alemão do Interior
Sean Gallup/Getty Images
Thomas de Maizière, ministro alemão do Interior, considera que o niqab, véu que cobre o rosto da mulher, mostrando apenas os seus olhos, “não faz parte de um país cosmopolita como a Alemanha”
O ministro alemão do Interior, Thomas de Maizière, manifestou esta sexta-feira o seu apoio à proibição parcial do uso do niqab - véu que cobre o rosto da mulher, mostrando apenas os seus olhos - na Alemanha. “Concordamos com a introdução de uma lei que obrigue as pessoas a ter o rosto descoberto em locais onde é necessária a coexistência da sociedade - ao volante dos carros, em instituições e serviços públicos, conservatórias do registo civil, escolas, universidades e tribunais”, enumerou o ministro, citado pela AFP.
Em entrevista à televisão nacional alemã, depois de ter estado reunido com deputados da União Democrata-Cristã (CDU), de Angela Merkel, Thomas de Maizière disse que as vestimentas usadas para cobrir o rosto das mulheres “não fazem parte de um país cosmopolita como a Alemanha”. A maior dificuldade, disse ainda o ministro alemão, é tornar esta proibição legítima aos olhos da lei alemã.
Na quinta-feira da semana passada, a 11 de agosto, Thomas de Maizière apresentou um novo conjunto de medidas antiterrorismo, que incluem a perda da cidadania alemã para cidadãos com dupla nacionalidade que combatam ou participem em operações ao lado de milícias terroristas noutros países (projeto-lei que Hollande, em França, abandonou em finais de finais de março, devido à falta de apoio por parte do partido), o aumento no número de polícias, a modernização do seu equipamento e a atribuição de novos poderes de vigilância, e a criação de uma unidade responsável por controlar o crime na Internet.
Na altura, o ministro alemão do Interior rejeitou uma proposta apresentada por alguns setores mais conservadores do partido que previa a proibição do uso da burca - túnica que cobre totalmente o corpo de uma mulher, desde a cabeça até aos pés, permitindo-lhe ver apenas através de uma espécie de rede.
Também o Governo austríaco apelou recentemente à proibição do uso desta peça de vestuário. Na opinião de Sebastian Kurz, ministro dos Negócios Estrangeiros e Integração (do Partido Popular austríaco), a burca é um “obstáculo à integração”. “A burca não é um símbolo religioso, mas um símbolo de uma contra-sociedade”, disse o ministro, citado pela Reuters.