Varoufakis teme figuras de estilo dos credores: “Acordo é um campo minado de eufemismos”
13.08.2015 às 18h22
ORESTIS PANAGIOTOU / EPA
Antigo ministro das Finanças grego demonstrou no Parlamento a sua insatisfação com os termos do acordo entre os credores e a Grécia. E diz que era boa ideia criar “um dicionário com a linguagem da troika”
Para Varoufakis, o acordo entre Grécia e Bruxelas “não é viável” e não passa de um “campo minado de eufemismos”. Durante a sessão plenária do parlamento grego, esta quinta-feira, em Atenas, o antigo ministro das Finanças mostrou-se (mais uma vez) descontente com as condições e o espírito do memorando.
Durante a sua intervenção, Varoufakis criticou o facto de no documento não estar previsto o alívio da dívida grega. Embora desagradado e desapontado, defendeu o trabalho de Euclid Tsakalotos, atual ministro das Finanças, e de Giorgos Stathakis, ministro da Economia, durante as negociações com troika, uma vez que estavam limitados por um “acordo humilhante”. Ainda assim, sugeriu a criação de “um dicionário com a linguagem da troika”.
Esta quinta-feira, o parlamento grego interrompeu as férias para debater o acordo. Ainda esta quinta-feira à noite, ou mais tardar esta sexta-feira de manhã, os deputados votam se querem ou não avançar com o acordo para desbloquear o terceiro resgate financeiro à Grécia.
Com este acordo, os gregos recebem 85 mil milhões de euros, sendo que 10 mil milhões de euros serão desbloqueados imediatamente para que Atenas consiga pagar ao Banco Central Europeu (BCE) - a Grécia tem amortizar 3,2 mil milhões de euros até 20 de agosto.