Levar luz ao feminismo
16.06.2016 às 17h57

No Nepal, onde mais de 60% da população não tem acesso a eletricidade, a população feminina vê-se obrigada a desistir da escola cedo
Prakash Mathema/AFP/Getty Images
Enquanto meio mundo pensa soluções para usar menos energia, outra metade tenta ter acesso à eletricidade. Anya Cherneff junta o melhor dos dois mundos, movimentando uma causa social e levando energia limpa ao Nepal
A vida dela é o feminismo, fazer com que as mulheres tenham direitos iguais aos dos homens mesmo nas sociedades mais patriarcais. Anya Cherneff lutou cheia de energia por uma vida melhor para todos até ao dia que percebeu que, às vezes, a luta precisa mais de energia do que apenas aquela que lhe corre nas veias.
Habituada a liderar projetos ONG (Organizações Não Governamentais), Anya Cherneff uniu-se ao marido Bennett Cohen. Os dois pensaram numa solução para levar energia limpa aos países onde ela não existe. Os fundos para o projeto chegaram da Empower Generation, e o país escolhido foi o Nepal. Ali, onde mais de 60% da população não tem acesso à eletricidade, a falta de energia está diretamente ligada com a falta de força do feminismo e, por isso, a população feminina vê-se obrigada a desistir da escola cedo, muitas vezes entrando no mundo da prostituição. Além disso, os métodos utilizados pelas famílias para terem energia são muitas vezes perigosos, tanto para o ambiente como para a saúde pública.
Na Empower Generation dizer-se que levam luz ao feminismo não é uma metáfora disparatada, pois a organização fornece a mulheres fundos e mentoria para que possam pensar e fazer projetos de energia limpa, na sua maioria lâmpadas de energia solar. Os fundos arranjados por fornecedores e investidores privados são também distribuídos pelas aldeias pobres do país, de forma a que estas possam comprar as soluções energéticas pensadas por aquelas mulheres. Todos estes movimentos de capital são geridos por cooperativas locais.
Uma centena de mulheres já teve acesso a formação de marketing e pelo menos mil nepaleses já tiveram acesso ao microcrédito para comprar as lâmpadas solares por elas vendidas.
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