Coe derrota Bubka e preside ao atletismo mundial
19.08.2015 às 10h37
Sebastian Coe foi eleito com 115 dos 207 votos dos membros da IAAF, batendo o ucraniano Sergey Bubka, que recebeu 92 votos
WU HONG / EPA
Na corrida à liderança da Federação Internacional de Atletismo, o antigo fundista britânico derrotou o também antigo czar do salto com vara e promete agora uma luta sem quartel no combate ao doping
O britânico Sebastian Coe, eleito esta quarta-feira presidente da Federação Internacional de Atletismo (IAAF), manifestou-se “encantado por presidir ao melhor desporto do mundo” nas primeiras declarações feitas após assumir o cargo.
“Comecei a correr aos 11 anos. Depois, tive o prazer de entrar num estádio, competir em Jogos Olímpicos e de fazer parte da organização de Londres-2012. Agora, recebi uma medalha de ouro”, comentou Coe na primeira conferência de imprensa após a eleição.
Sebastian Coe foi eleito com 115 dos 207 votos dos membros da IAAF, batendo o ucraniano Sergey Bubka, que recebeu 92 votos. Campeão olímpico dos 1500 metros em 1980 e 1984, Coe conseguiu a proeza ainda não igualada de deter em simultâneo os recordes do Mundo dos 800, 1000 e 1500 metros. Além do currículo impressionante nas pistas, foi o presidente do comité organizador dos Jogos Olímpicos de Londres, há três anos, e ocupa assento na Casa dos Lordes britânica desde 1992. O seu adversário, Bubka, não lhe ficou atrás na passagem pelas pistas de atletismo: foi o primeiro saltador com vara a ultrapassar a barreira dos seis metros, o homem dos 35 recordes do mundo, quase sempre um palmo à frente da concorrência. Incrivelmente, só uma vez foi campeão olímpico, mas nos Mundiais somou seus títulos.
Sebastian Coe substituiu Lamine Diack, o senegalês de 82 anos que deixa o cargo após 16 anos à frente do organismo. Questionado sobre os escândalos de doping que assolam atualmente o atletismo mundial, o novo presidente da IAAF considera que o uso de substâncias ilegais “é um problema universal, de todos os desportos, que não atinge apenas o atletismo”.
“Temos de reconhecer que a opinião generalizada é que há lacunas. Provavelmente, um sistema [de controlo] independente vai ajudar a acabar com as dúvidas”, considera o britânico, que na campanha defendeu a criação de uma agência antidoping à margem da IAAF.
Outra das suas prioridades é a reformulação dos calendários internacionais, para garantir que mais provas concentrem a atenção mediática. “Temos muita sorte porque o atletismo é um desporto que pode disputar-se 12 meses por ano. Temos de assegurar que o calendário seja bem estruturado e que os grandes momentos da temporada cativem o público”, sustenta.