Onde Paulo é quem manda
15.09.2015 às 7h00
Carmen tinha ouvido coisas soltas sobre Paulo. Sentia-se ansiosa por o conhecer, uma expectativa que prometia não sabia bem o quê. Namorava com Jaime há dois meses quando conheceu o irmão. Namorava? Deitavam-se. Trocavam mensagens. Ele perguntava todos os dias:
“Estás bem?”
“Estou?”
Não tinham dito nada sobre amor ou futuro, viviam o dia. Era assim que Carmen entendia que podia ser, mesmo que na sua cabeça fantasiasse muito, o vestido de noiva, o triunfo em Coimbra junto da família, um anel no dedo, ouro branco, discreto. Sonhar acordada era uma especialidade dela. Jaime não tinha ideia. Para ele, Carmen era mais uma tentativa e isso era evidente para Paulo que nem se dignou a olhar a namorada dele nos olhos, deu-lhe um beijo ao de leve na face e perguntou
“Não estás cheio de fome, Jaime?”