Os jornalistas são uma classe à parte?
16.01.2017 às 18h00
O 4º Congresso dos Jornalistas terminou com um conjunto de conclusões positivas, no essencial, e com uma imagem de abertura bastante maior do que a dos congressos anteriores. À presidente, Maria Flor Pedroso, e a todos os que o organizaram, incluindo o Sindicato, o Clube e a Casa da Imprensa são devidas felicitações pelo sucesso da iniciativa
Já diferente me parece o entendimento que grande parte da classe. Desde logo, ao não entenderem que as notícias puras e duras são o que hoje se chama ‘comodidades’ (da má tradução de commodities), ou seja produtos primários, não trabalhados. O público tem overdoses disso e necessita, claramente, de bastante valor acrescentado: explicações, correlações, comentários, opiniões, entrevistas. Sem isso, seremos sempre comparados a qualquer pessoa que partilha uma notícia, sem cuidar da sua pertinência, implicação, causa e outros aspetos correlacionados. Depois, a confusão entre interesse público e interesse do público mantém-se. O interesse do público não pode nem deve ser o nosso objetivo, até porque muitas vezes é um interesse voyeurista, quando não sórdido e pérfido. Veja-se o que José Pedro Castanheira afirmou e bem sobre o assalto às frases bombásticas de Mário Soares, quando todos já sabíamos da sua condição e enfermidade. Houve porém duas propostas rejeitadas que me fazem pensar que esta classe – a minha – ainda não percebeu bem onde está metida.
Para continuar a ler o artigo, clique AQUI
(acesso gratuito: basta usar o código que está na capa da revista E do Expresso. pode usar a app do Expresso - iOS e android - para fotografar o código e o acesso será logo concedido)