Os juros não são o diabo, são uma coisa pior
05.01.2017 às 18h00
O principal erro da oposição foi ter passado o ano de 2016 a adivinhar crises políticas e sanções europeias, que nunca existiram ou que foram evitadas com relativa facilidade. E o principal erro do governo foi ter aplicado quase toda a energia nessas duas frentes, desvalorizando o principal problema macroeconómico do país, que é a dimensão da dívida e o facto de ter a sua gestão dependente de uma política transitória do BCE e da vontade de uma só agência de rating.
No curto prazo, a estratégia do executivo socialista funcionou e deixou a oposição, sobretudo o PSD, numa espécie de dislexia política. Mas no médio prazo, isso não é necessariamente verdade. É certo que o governo conta com o crescimento da economia, com a saída do procedimento de défices excessivos aos olhos de Bruxelas, com uma melhoria da atividade bancária e com a estabilidade política para poder continuar o seu caminho e, assim, ir diminuindo a dívida e estar menos sujeito às variações dos mercados. Mas há fatores que o governo não controla e alguns estão a surgir à superfície na Europa.
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